quarta-feira, 30 de junho de 2010

O Tango e a Vida

Adoro o Tango!
O que é a vida, senão um longo tango?
Jogo de sedução, de encontro e conquista do Ser.
Fechar os olhos, abrir o coração, sentir, Amar...
À Vida.
Ao Tango, Linguagem da Alma...

Em todas as ruas te encontro

Em todas as ruas te encontro
Em todas as ruas te perco
Conheço tão bem o teu corpo
Sonhei tanto a tua figura
que é de olhos fechados que eu ando
a limitar a tua altura
e bebo a água e sorvo o ar
que te atravessou a cintura
tanto, tão perto, tão real
que o meu corpo se transfigura
e toca o seu próprio elemento
num corpo que já não é seu
num rio que desapareceu
onde um braço teu me procura
em todas as ruas te encontro
em todas as ruas te perco


Mário Cesariny, in "Pena Capital"

Besame mucho (Consuelo Vélasquez) - Cristina Motta

quarta-feira, 23 de junho de 2010

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Sinto-me leve quando escuto isto...Roy Orbison - Oh, Pretty Woman

Canção

Canção


Pus o meu sonho num navio
e o navio em cima do mar;
- depois, abri o mar com as mãos,
para o meu sonho naufragar


Minhas mãos ainda estão molhadas
do azul das ondas entreabertas,
e a cor que escorre de meus dedos
colore as areias desertas.


O vento vem vindo de longe,
a noite se curva de frio;
debaixo da água vai morrendo
meu sonho, dentro de um navio...


Chorarei quanto for preciso,
para fazer com que o mar cresça,
e o meu navio chegue ao fundo
e o meu sonho desapareça.


Depois, tudo estará perfeito;
praia lisa, águas ordenadas,
meus olhos secos como pedras
e as minhas duas mãos quebradas.


Cecília Meireles

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Grita







Grita




Amor, quando chegares à minha fonte distante, cuida para que não me morda tua voz de ilusão: que minha dor obscura não morra nas tuas asas, nem se me afogue a voz em tua garganta de ouro.
Quando chegares, Amor à minha fonte distante, sê chuva que estiola, sê baixio que rompe.
Desfaz, Amor, o ritmo destas águas tranquilas: sabe ser a dor que estremece e que sofre, sabe ser a angústia que se grita e retorce.
Não me dês o olvido. Não me dês a ilusão. Porque todas as folhas que na terra caíram me deixaram de ouro aceso o coração.
Quando chegares, Amor à minha fonte distante, desvia-me as vertentes, aperta-me as entranhas.
E uma destas tardes - Amor de mãos cruéis -, ajoelhado, eu te darei graças.


Pablo Neruda, in "Crepusculário" Tradução de Rui Lage

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Saudações!

Saudações!

Em cada mulher habita uma Deusa.

A Deusa que habita em mim, saúda a Deusa que habita em ti.